Mais que amor

Em 28 de abril de 2013

Me deixa te tocar com umas coisas que deixaram de ser explicações e viraram poesia? Me deixa te dar beijos que evitaram a boca, mas viraram palavras? Me deixa te falar sobre esse amor que tem adormecido para acordar, para ser carinho? Eu quis tanto que você viesse ao meu encontro. Quis tanto te fazer bem, te fazer sorrir. Te inspirar pro dia difícil de trabalho. Te encontrar num almoço com um sorriso que escapou. Eu quis tanto te dar todas essas coisas sem exigir nada em troca. Quis só ser um conforto, um cobertor num domingo. Uma boa companhia numa quarta. Eu gosto tanto de você, mas é tanto, tanto, tanto, que mesmo a gente não sendo, ainda tenho amor para te dar. Quero que seja natural te encontrar, que seja natural durante a pausa pro cigarro, pra esticada na cerveja. Quero que você entenda que o erro de tudo foi muito meu. Eu e minha terrível capacidade de amar errado. Sim, eu te amei inversamente. Quando era pra te amar devagar; eu te amei sem amanhã. Quando era pra te amar com esperanças, eu te amei esperando. Quando era pra te amar sem apego, eu te amei com abraços de para sempre. Eu senti tudo aquilo e eu quis que fosse teu. Eu senti tudo aquilo que há muito eu não sentia, e tive pressa. Atropelei o tempo, me irritei com os desencontros, falei mais do que eu devia. Lembro-me de você calado, sempre atencioso sobre minhas filosofias. E teu olhar que dizia coisas sem palavras, mas que eu não entendi. Teu abraço cheio de alguma coisa que eu não queria sem definições. Eu quis a fala, eu quis as frases, eu quis as palavras. Eu não soube entender quanto conforto havia no teu silêncio. Eu não soube aceitar quanta delicadeza havia na tua “não pressa”. E você não quis se afastar, porque, no resumo de tudo, a gente virou muito amigo. Porque o que a gente teve foi muito mais do que um quase. A gente teve um carinho pra sempre. E isso é o que quero alimentar. Porque não há nada que eu possa fazer pra voltar o tempo, pra fazer você não ter medo da minha estranheza. Tudo bem, meu bem. Acho que se fosse pra ser, seria, mesmo ao contrário. Não vou ficar triste com o que não foi. A gente foi a gente mesmo. E a gente se gosta muito por isso, mais até do que a gente se gostaria se a gente só tivesse tido amor.

Larissa Bottas

5 vagalumes cegos:

  1. Acho que as vezes a gente ama tanto que acaba se atropelando, fica sem saber exatamente o que fazer com tanto sentimento. Acho que no final das contas isso é mais normal do que parece.
    Muito bom o texto, muito bonito.
    Beijos
    barradosno-baile.blogspot.com

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  2. Nossa, que texto incrível!
    E é assim mesmo, a gente acaba amando errado sem perceber. Sem querer. Mas acaba ficando tudo bem afinal.
    As vezes ganha-se uma amizade espetacular e muito melhor que um possível amor.
    Adorei o texto, sério.
    Beijos!
    http://perolairregulaar.blogspot.com.br

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  3. Que texto lindo, amei de coração, revela tudo o que sentimos a respeito de alguém que amamos.
    Xeroo

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  4. Que lindo...
    Gostei muito desse texto, me identifiquei de verdade.
    Beijos.
    http://www.pandainvertido.com/

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  5. Não tenho nenhuma palavra no meu simplicissímo vocabulário para expressar o quão gostei dessas palavras e o quão tais me tocaram! <3

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